Você é um buscador da auto-estima?

  A grande angústia da vida moderna é esta: não importa o quanto tentamos, não importa quanto bem sucedidos somos, não importa se somos bons pais, trabalhadores ou bons cônjuges, isso nunca será suficiente. Sempre haverá aquele mais bem sucedido, mais inteligente, ou mais poderoso do que nós, alguém que nos faz sentir menores na comparação.

  Uma resposta a isto veio do movimento da auto-estima. Ao longo dos anos, milhares de livros e artigos de revistas promovem a auto-estima, formas de obtê-la e como aumenta-la. Nossa cultura nos ensina que precisamos ter auto-estima elevada, as revistas femininas que o digam. Abordam o tema como assunto de capa.

  Mas a necessidade de avaliar-nos continuamente de modo positivo vem com um custo elevado. Por exemplo, a auto-estima elevada geralmente requer que estejamos na média especial ou acima. Um bom exemplo é o sucesso das blogueiras ou ser aquele popular nas rodas de amigos. Ser chamado de mediano pode ser considerado hoje um insulto. E assim, nosso valor se dá a partir do processo de se comparar com o outro. A busca para elevar a estima à custa do social é um fenômeno que está subjacente em muitos problemas tais como o preconceito, a desigualdade social, e principalmente o bullying. Bullies mexem com as pessoas mais fracas do que eles mesmos como uma maneira  de aumentar sua auto-estima (entre outras funções).

  Uma das consequências do movimento auto-estima ao longo das últimas décadas é a epidemia do narcisismo. Jean Twenge, autor de Generation Me, examinou os níveis de narcisismo de mais de 15.000 estudantes universitários nos EUA entre 1987 e 2006. Durante esse período de 20 anos, as pontuações de narcisismo atingiram o índice de 65% nos estudantes modernos. Valores altos e impressionantes.

  Mesmo quando estamos com a auto-estima elevada, podemos não mantê-la. Sua auto-estima pode voar para fora da janela na próxima vez que você falhar ou não ser convidado para aquele evento onde todos foram. Auto-estima é uma montanha-russa emocional: ela sobe e desce proporcionalmente ao nosso sucesso ou fracasso.

  Pesquisadores norte americanos descobriram uma outra maneira de nos sentirmos bem porém sem envolver avaliação: a autocompaixão. Autocompaixão não se baseia em avaliações positivas sobre nós mesmos. Pelo contrário, é uma maneira de se relacionar consigo, independente do seu sucesso ou fracasso. Trata-se de ser cuidadoso e se dar apoio quando falhamos, quando nossa auto-estima está lá embaixo. As pessoas são compassivas consigo mesmas porque elas são seres humanos e sofrem, não porque são acima da média ou especiais. Ao contrário da auto-estima, portanto, a autocompaixão enfatiza a interligação ao invés da separação. Ela também oferece mais estabilidade emocional, porque está sempre lá para você, quando você está no topo do mundo e quando você cai de cara no chão.

Karen Vogel falará sobre os Desafios da auto-estima ( e a saída: autocompaixão!) em um evento online dia 14 de Setembro das 19:00 às 20:30. Aberto ao público.

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